Pessoas, tecnologia e Espaços – como pode a integração dos espaços e da tecnologia melhorar a qualidade de vida das pessoas e aumentar a produtividade das Organizações e a sustentabilidade das cidades.

O mote foi dado e os convidados chamados a oradores abraçaram inteiramente o desafio de refletir e fazer refletir sobre estas três variáveis que o FM integra.

Tiago Rocha, da ISS, Kashif Moin, da EEE, Noémi Martin, da 3G Office, Carlos Jesus, Sonae Sierra e Francisco Rebelo da FMH/UL, deram voz aos temas do painel ‘FM User Satisfaction e Innovation’. Cada um na sua área de negócio deu a conhecer à plateia os principais desafios do FM nas suas especialidades. Tiago Rocha, refere-se ao papel e importância que o FM tem na captação e retenção de talento nas empresas. Noémi Martin trouxe até ao evento o conceito de edifício holístico. Sem perder de vista o plano de sustentabilidade, a tendência real é projetar e construir com grande qualidade espacial e conforto. Kashif Moin faz-nos reflectir sobre ‘se a luz será importante para a satisfação do utilizador’. Carlos Jesus, traz a debate a importância da tecnologia na gestão dos centros comerciais. “A tecnologia ao serviço do FM permite conhecer as pessoas, interagir com elas e influenciá-las”. Desta forma, a tecnologia permite-nos escala, permite-nos tempo e permite-nos reduzir custos. Francisco Rebelo traz a debate ‘o impacto da ergonomia no trabalho’. E esta análise ergonómica do local de trabalho deverá ser, sempre, racional e emocional.

Luís Orvalho, da JLL, Paulo Marchioni, Maria Rosa Giraldez, da Nokia, Luís Rosa, do Deutsche Bank, Bento Aires, da Macair e Mariana Coimbra, da TDGI participam na mesa redonda subordinada ao tema “FM e o Real Estate: Duas faces da mesma moeda?”.

O FM, o ambiente e a economia sustentável é o tema de arranque dos painéis da parte da tarde. António Tavares, Frederico Viana, da Siemens e Mário Correia, da Archibus são os oradores convidados para trazer ao evento o tema “A Agenda 2030 e o Papel do FM”. Neste contexto, António Tavares começa por explicar que a agenda 2030 se trata da nova agenda de ação até 2030, um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas. Estes novos objectivos têm já em consideração o carácter multipolar do mundo e a evolução da geografia da pobreza. E os novos desafios mundiais são: as alterações climáticas, as epidemias, as novas ameaças à segurança, o terrorismo, as transformações no financiamento do desenvolvimento e o avanço tecnológico. António Tavares mostrou-nos também quais os 5 P’s estratégicos para Portugal, no âmbito da Agenda 2030 da ONU: Pessoas, Prosperidade, Planeta, Paz e Parcerias. Mário Correia inicia a sua intervenção com uma frase emblemática “Não faças nada hoje que comprometa as gerações futuras”. E no momento seguinte reforça que em 2050, 70% da população mundial vai ser urbana. É bom? É mau? Cabe ao FM gerir todo este ambiente construído que vai suportar esta população futura. Por fim, Frederico Viana apresenta o caso da Siemens e as medidas que são implementadas no dia a dia para tornar a empresa economicamente mais sustentável. A Siemens pretende ter uma pegada de carbono zero até 2030. Mas o futuro começa já hoje. Isso passa pela utilização de veículos com baixas emissões, implementação de sistemas de energia próprios, ajuste dos hábitos de consumo energético dos diversos pisos, entre outras medidas. A tarde termina com a Reflexão sobre a segurança com a participação de Pedro Mendonça, da APCC, Ana Ferreira, da APSEI, e José Gandra.

Ao longo do dia, o evento contou com a presença de alguns oradores internacionais, especialistas em FM, tais como, Paulo Marchioni e David Martínez.

O dia 16 de novembro arranca com a reflexão sobre “Como pode a tecnologia tornar o FM mais humano”, contando com a presença de André Calixto, da NextBitt, João Rito, da Glintt e Javir Alcolea, da Philips Lighting.

Num mundo altamente tecnológico, espera-se, acima de tudo, simplicidade, eficácia e automatismos. Neste sentido, espera-se que o FM integre em si próprio uma série de serviços que permita a utilização adequada e otimizada de espaços e instalações. O FM ainda está numa fase onde os processos não são integrados, muitas das informações ainda estão em papel e as equipas ainda são pouco qualificadas. O caminho, num futuro próximo, passa pela integração de processos otimizados, sensorização/IoT, smart tagging e ainda utilização da inteligência artificial em benefício dos utilizadores finais dos serviços. Assim, serão necessários profissionais mais qualificados para executar tarefas de elevado valor acrescentado, por sua vez, mais disponíveis para a gestão e otimização de recursos e ativos, menos preocupados com a justificação da falha e mais com a produção de informação de qualidade. A verdadeira humanização do FM passa por decisores que potenciem o conhecimento e a inteligência que têm ao serviço das suas organizações com vista à gestão inteligente dos espaços, instalações e recursos.

A mesa redonda subordinada ao tema “O Procurement e o FM: criação de valor em todo o ciclo” contou com a presença de Carlos Lourenço, da APCADEC, Dorabela Charneca, da SIBS, Luís Lobato, da Randstad, Alexandra Reis, da TAP Air Portugal e João Casimiro, da Fidelidade. Segundo alguns estudos demonstram, para cerca de 80% dos responsáveis de compras, de facto, as prioridades são as poupanças. O desafio que se coloca é, como é que as duas áreas (FM e Procurement) podem alinhar objectivos? O responsável pelas compras tem, acima de tudo, que entender as necessidades e tem de saber ouvir e perceber quais são os desafios da área do FM. O Procurement tem de ter uma área de ‘interrogações’ que, muitas vezes podem não fazer sentido, mas que fazem pensar/questionar a forma como as coisas são feitas e perceber pode haver melhoramentos, inovação. Existe uma espécie de competição interna entre o FM e o Procurement, mas essa competição também gera inovação. A inovação faz perceber a forma de chegar mais rápida e eficazmente à questão preço, ou seja, ao preço mais baixo, a grande preocupação do Procurement. Em última instância, o objetivo é sempre melhorar o nível de serviço para o cliente.

O painel “O impacto da manutenção num mundo 4.0” contou com a presença de José Sobral, José Lopes dos Santos, Daniel Gaspar, Rui Assis e José Torres Farinha.

No segundo dia, o evento contou com a presença de dois especialistas em FM a nível internacional, Renske van der Heide e Jos Duchamps.

A organização do evento estima que, durante os dois dias de evento, passaram pelo auditório do Fórum Tecnológico de Lisboa mais de 250 pessoas, também elas especialistas, académicos ou curiosos em temas relacionados com o Facility Management.

O evento realizou-se com o apoio da EDP, Ferrovial, SinalMais, TDGI, Acciona, CityMover, EEE, Glintt, ISS, Manvia, NextBitt, Philips, Procos, Schmitt+Sohn, SGS, Sotécnica, Veolia e a Vida Imobiliária.